O Crânio falante
Um caçador vai para a mata. Encontra um crânio humano antigo. O caçador pergunta:
__ O que trouxe você aqui?
__ Falar é o que me trouxe aqui __ responde o crânio.
O caçador sai correndo. Vai procurar o rei. Depois de o encontrar, diz:
__ Encontrei um crânio humano na mata. Ele pergunta como estão seu pai e sua mãe.
__ Nunca, desde que minha mãe me deu à luz, ouvi falar de um crânio morto capaz de falar __ diz o rei.
O rei manda chamar o álcali, o saba e o degi (juiz muçulmano) e pergunta-lhes se já ouviram falar de algo parecido. Nenhum dos sábios tinha ouvido falar naquilo, e eles resolvem mandar um guarda com o caçador à mata para descobrir se a história era verdadeira e, se fosse, saber qual a explicação para ela. O guarda acompanha o caçador à mata com ordem de mata-lo ali mesmo se tivesse mentido. Os dois encontram o crânio. O caçador dirige-se ao crânio:
__ Fale crânio.
O crânio mantém-se em silêncio. O caçador faz a mesma pergunta de antes:
__ O que trouxe você aqui?
O crânio não responde. Durante todo o dia, o caçador implora ao crânio que fale, mas ele não responde. À noite o guarda pede ao caçador que faça o crânio falar e, como ele não consegue, o mata de acordo com a ordem do rei. Depois que o guarda vai embora, o crânio abre as mandíbulas e pergunta à cabeça do caçador morto:
__ O que trouxe você aqui?
__ Falar é o que me trouxe aqui __ responde a cabeça do caçador morto.
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